
Ney Mesquita: Superação e Solidariedade na Corrida de Rua
Aos 58 anos, Ney Mesquita encontrou na corrida de rua não apenas uma forma de superar suas próprias limitações, mas também uma maneira de transformar a vida de outros. Há oito anos, Ney deu os primeiros passos na corrida como uma alternativa para lidar com uma síndrome do pânico. O que começou como um remédio para a mente se transformou em uma paixão que iria impactar muito mais do que sua própria vida.
Um dos maiores sonhos de Ney era se tornar um atleta guia, auxiliando pessoas com deficiência (PCDs) a participar de provas de corrida de rua. Esse desejo se concretizou de maneira especial durante sua primeira participação na tradicional Corrida de São Silvestre. Foi lá que Ney conheceu Celino Silva, um atleta deficiente visual, com quem formou uma parceria duradoura tanto em treinos quanto em competições.
A partir desse encontro, Ney passou a guiar outros atletas PCDs, sempre com o mesmo compromisso: tornar a experiência da corrida o mais prazerosa e segura possível para seus companheiros. Durante as provas, sua prioridade é o bem-estar do atleta que está guiando. Ele verifica constantemente se o ritmo está adequado, se há desconforto ou dor, e faz questão de descrever as paisagens ao longo do percurso, proporcionando uma experiência mais rica e completa.
Outro momento marcante na trajetória de Ney foi a realização do sonho de participar de provas empurrando cadeirantes. Para ele, essa é uma experiência de vida incrível, que o conecta ainda mais com a essência da corrida: a superação, não só individual, mas coletiva. Ney observa que cada vez mais pessoas se interessam em se tornar atletas guias, um papel que exige não apenas preparo físico, mas também uma imensa responsabilidade.
“Não basta superar, temos que superar juntos!” Essa é a filosofia que Ney leva para as pistas e que inspira tanto corredores quanto espectadores.
O Papel do Guia de Atleta PCD nas Corridas de Rua
Ser um guia de atleta PCD em corridas de rua é muito mais do que acompanhar um corredor. É assumir a responsabilidade pela segurança, conforto e experiência do atleta durante a prova. O guia precisa estar em sintonia com o ritmo e as necessidades do seu companheiro, garantindo que ele possa aproveitar ao máximo a corrida, seja superando limites ou simplesmente desfrutando do percurso. Além disso, o guia atua como os olhos e ouvidos do atleta, descrevendo o ambiente e proporcionando uma experiência sensorial completa. É uma função que exige empatia, comprometimento e, acima de tudo, uma grande dose de solidariedade.
Fonte: Ney Mesquita